Casa da Roda | Caria

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Na Casa da Roda ou nas suas casas próprias viviam as amas de leite, que amamentavam as crianças recém-nascidas "não desejadas", bastardas, órfãs ou cujos pais não pudessem assumir os seus cuidados.
As Rodas eram uma instituição municipal já que todo o país estava "controlado" por municípios e eram os municípios que sustentavam as Casas da Roda.
Por vezes a Roda tinha duas "prateleiras", na parte inferior era depositada a criança e na parte superior o enxoval da criança, quando este existia ou outros objectos, nomeadamente cartas, lenços, medalhas para permitir a sua posterior identificação e recuperação, embora se saiba que isso raramente acontecia.
A assistência consistia na recolha e criação do exposto - da criança -, até aos seus 7 anos, e numa segunda fase na sua integração social pelo trabalho dos 8 anos até à maturidade.
O anonimato era muito importante e cultivado até à exaustão e por isso existia uma sineta que alertava a Rodeira, que estaria presente dia e noite, e que girava a Roda recolhendo a criança. Era depois efectuada, pelo escrivão da câmara, uma matrícula muito pormenorizada, que era inscrita no chamado Livro dos Expostos, guardava-se e registava-se tudo o que as crianças traziam quando eram deixadas na Roda.
Quando cresciam, as crianças ficavam à guarda das chamadas amas-secas para quem trabalhavam ou eram entregues como criados a quem pagasse mais.
A partir dos finais dos anos 50, do século XIX, a contestação às Rodas levou à sua extinção.